quarta-feira, 28 de março de 2012

Flauta-Doce



Relato de aulas e experiências em Flauta-Doce no curso de pós-graduação em Educação Musical da Faculdade Cantareira com a professora Claudia Freixedas.


Para começar ouvindo um pouco...

No vídeo abaixo temos o Quarteto Fontegara
- Flautas Doces: Marília Macedo, Ana Cristina Rocha, Bernardo Toledo Piza e Claudia Freixedas.(NOSSA QUERIDA PROFESSORA!)
 Centro Cultural São Paulo em 27/09/2009. (O MELHOR É QUE EU VÍ ESSA APRESENTAÇÃO!!!)



Acredito ser importante saber um pouquinho da história da flauta...
Encontrei este texto na internet e achei bem interessante (adorei ver a descrição de repertório escrito para flautas)

O material abaixo foi encontrado no site http://www.aflauta.com.br/recorder/histdoce01.html

Histórico da Flauta Doce
por Hélcio Müller

rei.jpg (15056 bytes)A flauta doce é um instrumento de sopro direto, onde o som é produzido por um bocal contendo um apito, e um tubo cônico ou cilíndrico contendo diversos furos. A origem deste instrumento está nos antigos instrumentos folclóricos que ainda podem ser encontrados em diversas partes da Europa hoje, como o Czakan na Hungria (6 furos) ou a flauta dupla da antiga Iugoslávia. Muitos destes instrumentos eram feitos de tubos de bambú ou cana naturais, enquanto a flauta doce era um instrumento torneado em madeira.
A história da flauta doce está ligada à origem do seu nome em inglês: RECORDER, que vem do latim RECORDARI que significa lembrar, recordar, trazer à memória. Em italiano a palavra RICORDO também significa lembrança, memento; e daí, talvez a primeira referência à flauta doce num livro de contas do Rei Henrique IV em 1388 por pagar uma "fístula nomine ricordo" (uma flauta chamada ricordo). Por não termos instrumentos desta época que tenham chegado aos nossos dias, as nossas fontes de informação são as gravuras em madeira ou pedra, desenhos em manuscritos e referências ao instrumento na literatura antiga, como por exemplo no romance "Squyr of Lowe Degre" (c. 1400), onde aparece como "dulcet pipes", provavelmente o nome da flauta doce no séc. XIV e também provavelmente do frances flûte douce. O inventário do Rei Henrique VIII (1547), mostra-nos que ele possuía diversos instrumentos em seus palácios, entre eles 72 flautas transversais e 76 flautas doces, a maioria, conjuntos em caixas, que incluía por exemplo uma grande baixo de madeira e várias flautas de marfim.
No séc. XVI temos a publicação de 4 importantes livros sobre instrumentos antigos na Alemanha, Suiça, Itália e França seguida de 2 outros livros no começo do séc. XVII:
1. Sebastian VIRDUNG (c.1465-?): Musica getutscht und ausgerogen (Strasburg e Basel , 1511). Dizia que as flautas doces eram geralmente feitas em 3 tamanhos: "diskant" em sol, tenor em do e baixo em fa. novefuros.gif (28418 bytes)

agricola.gif (24348 bytes) 2. Martius AGRICOLA (1486-1556): Musica instrumentalis deudsch (Wittenberg, 1528 e 1545). Mostrava 4 diferentes flautas: diskantus, altus, tenor e bassus.

3. Sylvestro GANASSI del Fontego (1492-?) : Fontegara, la quale insegna di sonare di flauto (Veneza, 1535). Foi o primeiro livro de instruções para flauta doce. Nessa época o instrumento não tinha fabricação em série e ele adverte seu leitor para as possíveis modificações de dedilhados, principalmente nas notas agudas. Ele também trata de respiração, articulação e divisions (variações de complexidade crescentes para o intérprete executar). ganassi.gif (67366 bytes)

4. Philibert JAMBE DE FER (1515-1566) : Epitome musical des tons, sons et accordz, es voix humaines, fleustes d'Alleman, fleustes a neuf trous, viole e violons (Lyons, 1556). Trata além da música em geral e da voz, da "fleutte d'Alleman ou des fleuttes a neuf trouz appellies par les italiens flauto". Primeiramente ele fala sobre as diferenças da flauta doce e transversal, da pressão respiratória exigida pela flauta doce, dedilhados. Sobre a flauta de 9 furos uma tapeçaria da época nos mostra exemplos tocadas por canhotos. Esta flauta podia ser tocada por canhotos e destros cobrindo- se o furo não utilizado com cêra.

praetorius.gif (87045 bytes) 5. Michael PRAETORIUS (c.1571-1.621): Syntagma musicum (Wittenberg, 1615-19). Já nos mostra uma família de flautas doces bem maior, começando pela grande baixo em fá, baixo em si bemol, basset em fá, tenor em do, alto em sol, diskants em do e ré, exilent em sol e até a garklein.

6. Marin MERSENNE (1588-1648): Harmonie Universelle (Paris, 1636). Divide as flautas em 2 grupos: o pequeno conjunto (4 pés) composto por um dessus (alto em fá), taille e hautcontre (tenores em do) e basse (basset em fá); e o grande conjunto (8 pés) composto por uma basset, 2 basses (si bemol) e 1 double bass (em fá). mersenne.gif (14083 bytes)

Geralmente a música escrita para conjuntos instrumentais nessa época não especificava que instrumentos deveriam ser utilizados. Algumas excessões como Pierre Attaingnant (1494-1551/2) em 1533 indicava quais canções a 4 poderiam ser tocadas com flautas doces ou não. Tielman Susato (c.1500-c.1561/4) em 1551 e Anthony Holborne (c.1584-1602) em 1599 escreveram uma série de danças para instrumentos de cordas ou sopros.
No final do séc. XVI e começo do séc. XVII, a flauta doce já vinha especificada nas partituras como por exemplo "consort lessons" de Thomas Morley (1557-1602) em 1599, uma "sonada a 3 fiauti et organo" com baixo contínuo (c.1620), uma "sonatella a 5 flauti et organo"de Antonio Bertali (1605-1669) e uma "sonata a 7 flauti" de J. H. Schmelzer (1623-1680). No livro de Mersenne temos uma pequena gavote para 4 flautas doces de Sieur Henry le Jeune, que ele cita como exemplo de escrita para o instrumento. Já H. I. F. Biber (1644-1704) escreveu uma "sonata pro tabula a 10" para 5 flautas doces e 5 cordas com Baixo contínuo.
Na Holanda temos a publicação de "der fluyten lust-hof" em 1646 de Jacob van Eyck (c.1590-1657). A obra contém aproximadamente 150 peças, na maioria melodias conhecidas com variações, algumas para 2 flautas, além de uma parte de instrução onde ele mostra uma flauta doce em do e uma transversal em sol. Ele era um hábil organista e flautista, cego, e além de diretor do carrilhão de Utrecht, ele recebia 20 florins extra para entreter com a sua flauta as pessoas que passavam pelo pátio da igreja.
Enquanto a música renascentista tinha uma tradição vocal, a barroca caminhava para um estilo verdadeiramente instrumental. Uma peça para quarteto vocal podia ser facilmente transcrita para quarteto de flautas doces pela extensão da flauta renascentista de uma oitava e uma sexta, suficiente para um madrigal vocal por exemplo, mas insuficiente para a música solo do barroco. Com isso, a flauta doce precisou de uma série de modificações na construção para aumentar sua extensão e refinar seu timbre.
hotteterre.gif (33876 bytes)
Foi o que fez a família Hotteterre na segunda metade do séc. XVII no interior da França. Era uma família de músicos e construtores de instrumentos especializada em instrumentos de sopro. Eles criaram o pé da flauta doce, permitindo assim utilizar pedaços menores de madeira e brocas menores e mais precisas. Essas mudanças levaram a padronização da construção do instrumento. O mais ilustre membro da família foi Jacques Hotteterre le Romain (c.1680-c.1760). Em 1707 ele publicou o famoso "Principes de la flûte traversiere ou flûte d'Allemagne, de la flûte à bec ou flûte douce, et du hautbois", onde ele começa falando da flauta transversal, posição, embocadura, dedilhados e dedilhados para trinados e flattements (espécie de vibrato de dedo), golpes de língua e ornamentação. Depois ele fala da flauta doce onde ele aborda os mesmos tópicos e adapta alguns ornamentos já tratados anteriormente. Podemos ver também na gravura do livro furos duplos no 6º e 7º dedos para facilitar a emissão do sol # e fá # respectivamente. Ele escreveu também "L'art de préluder sur la flûte traversiere, sur la flûte à bec, sur le hautbois et autres instruments de dessus" em 1719, além de composições para esses instrumentos. Neste livro, ele escreve prelúdios em várias tonalidades, tratados ou estudos, além de falar sobre modulações, cadências maiores e menores, transposição, valores de tempo e finalmente 2 prelúdios com baixo contínuo. Nele encontramos também a clave do violino frances, ou seja, sol na 1ª linha, o qual poderia ser tocado tanto na flauta transversal como na doce.
Dentre os compositores daquela época na França Joseph Bodin de Boismortier (1691-1755) se destaca com vários duetos e trio sonatas. Também temos algumas peças de Michel de La Barre (c.1675-1743/4), Marin Marais (1656-1728) e François Couperin (1668-1733).
Na Inglaterra, Henry Purcell (1659-1695) escreveu algumas partes para flautas contraltos (sempre em pares) em seu trabalho dramático, e algumas peças para 2 e 3 flautas com Baixo contínuo. Dentre seus contemporâneos que escreveram para flauta doce estão seu irmão Daniel Purcell (c.1660-1717),Godfrey Finger (c.1660-c.1723), John Banister (1630-1679) e James Paisible (?,1721). Daniel Purcell escreveu algumas sonatas solo, alguns duetos para flauta contralto e um trio sonata para flauta doce, oboé e baixo contínuo. Paisible, que foi diretor da "King's Band of Music" de 1714 a 1719, provavelmente foi o introdutor da nova flauta doce francesa na Inglaterra. Sem dúvida ele encorajou seu amigo Peter (Pierre) Bressan a se instalar em Londres como construtor de instrumentos especializado em flauta doce e transversais. Ele compôs 6 duetos para 2 flautas contraltos, sendo que alguns deles também aparecem com uma nova versão para 2 contraltos com Baixo contínuo.
Alguns livros de lições para flauta doce começaram a surgir na Inglaterra. Entre eles podemos citar:
genteel.gif (40720 bytes) 1679 - A Vade Mecum for the Lovers of Musick, Shewing the Excellency of the Recorder - John Hudgebut 1681 - The Most Pleasant Companion - John Banister
setaesq.gif (855 bytes)1683 - The Genteel Companion - Humphry Salter
1684 - The Delightful Companion - John Carr
O livro de Hudgebut nos traz um prefácio sobre a rivalidade entre a flauta doce e o flageolet, que era um instrumento parecido com a flauta doce, e que tinha um bico no bocal que continha uma esponja para absorver a umidade do sopro. Todos esses "Companions" nos traziam instruções para flauta contralto em fá o que a levou a ser um instrumento muito popular e o mais utilizado da família das flautas doces.
O período que compreende o final do séc. XVII e o começo do séc. XVIII é o período em que a flauta doce atinge o seu apogeu. Muitos compositores escreviam para o instrumento e muitos construtores se especializavam na sua fabricaçào. Nessa época Jean Baptiste Loeillet of Ghent (1680-1730) se instala em Londres como flautista doce e oboísta, além de introduzir a flauta germânica (transversal de tubo cônico com 1 chave) na Ingalterra. Ele fazia parte de uma família de músicos e compositores da cidade de Ghent, atual Bélgica, e além de escrever diversas sonatas e trio sonatas com oboé e contínuo, liderou uma série de compositores que escreveram para flauta doce, vindos da Itália e Alemanha para a Inglaterra. Nesta época temos também o surgimento de outras flautas doces, com por exemplo a flauta de voz ou flûte de voix, que é praticamente uma contralto em ré; a sexta flauta (uma oitava acima da flauta de voz) , além da quarta flauta (soprano em si b); e que foram utilizadas em várias peças de câmera. Dentre os compositores podemos citar:
  • Robert Valentine (c.1680-c.1735) compôs uma série de sonatas e trio sonatas para flautas doces e contínuo.
  • Johann Christian Schickhardt (c.1682-c.1762) compôs sonatas tanto para a nova flauta traverso como para flauta doce e contínuo. Uma série de 24 sonatas nas 12 tonalidades maiores e menores, e um conjunto de sonatas para 4 contraltos e contínuo.
  • Robert Woodcock (?,c.1734) escreveu 6 concertos para 6ª flauta, 3 solos e 3 concertos para duas 6ª flautas.
  • John Baston ( 1711-1733) escreveu peças para 6ª flauta e flauta soprano
  • William Babell (c.1690-1723) escreveu tanto para 6ª flauta solo, como para duas 6ª flauta.
  • Charles Dieupart (c. 1700-1740) nasceu na França e viveu na Inglaterra compôs 6 suítes para flauta doce. As 4 primeiras para flauta de voz e as duas últimas para 4ª flauta.
Em 1706 temos a edição do "The Division Flute, uma coleção de divisions sobre grounds (baixos) populares.
Em 1730 temos a publicação do "The Modern Recorder Master", um compêndio de instruções para vários instrumentos, entre eles a flauta doce e a flauta germânica em igual tratamento. flautista.gif (96148 bytes)
  • Johann Christoph Pepusch (1667-1752) escreveu 2 sets de 6 sonatas solo para flauta doce, alguns duetos, trio sonatas, um quinteto com 2 flautas contralto, 2 violinos e contínuo e uma cantata com soprano, flauta contralto e contínuo.
Na Alemanha temos:
  • Johann David Heinichen (1683-1729) que escreveu um concerto para 4 flautas contralto, cordas e contínuo com uma disposiçào não comum para 1 flauta concertato e 3 flautas ripieni, além de um concerto para flauta doce, 2 violinos e contínuo.
  • Johann Christoph Graupner (1683-1760) escreveu um concerto para flauta doce e cordas, além de alguns trios.
  • Johann Mattheson (1684-1764) escreveu 12 sonatas a 2 e 3 flautas sem baixo
  • Johann Christoph Pez (1664-1716) escreveu um Concerto Pastorale para 2 flautas contralto, cordas e contínuo, peças para flautas doces com 2 e 3 violas d'amore, viola e contínuo, além de trios para 2 flautas contralto e contínuo.
  • Johann Joachim Quantz (1697-1773) escreveu o "Versuch einer Anweisung die Flûte Traversière zu spielen" em 1752. Ele era professor de flauta de Frederick, o grande, e compositor da corte em Potsdam. Em seu livro ele ignora a flauta doce, mas trata de ornamentação, articulação e problemas relativos à didática da música. Ele escreveu um trio sonata para flauta , traverso e contínuo; um para flauta doce, violino e contínuo; e um para flauta doce, viola d'amore e contínuo.
  • Johann Friedrich Fasch (1688-1758) escreveu um quarteto para 2 flautas doces, 1 traverso e contínuo, além de uma sonata canônica a 3 ( flauta doce, fagote e cembalo).
Na Itália temos:
  • Francesco Barsanti (1690-1772) escreveu várias sonatas para flauta doce e contínuo.
  • Giovanni Battista Bononcini (1670-1747) escreveu um divertimento de câmera para flauta doce e contínuo, além de alguns trio sonatas.
  • Giuseppe Sammartini (1695-1750) escreveu 12 trio sonatas para 2 flautas contralto e contínuo, além de 1 concerto para flauta doce e cordas.
  • Benedetto Marcello (1686-1739) e Francesco Maria Veracini (1690-1768) escreveram sonatas para flauta doce e contínuo.
  • Alessandro Scarlatti (1659-1725) escreveu uma sonata para 3 flautas contralto e contínuo, além de algumas peças para flautas doces com outros instrumentos solistas e cordas.
  • Antonio Vivaldi (1678-1741) escreveu um trio famoso para flauta doce, oboé e contínuo; alguns concertos originais para flauta doce e orquestra, como por exemplo o opus 10 (6 concertos) e que o próprio Vivaldi publicou como sendo para traverso quando esta se tornou muito mais popular.
Quanto ao repertório para flauta doce composto pelos 3 grandes mestres do barroco temos:
Johann Sebastian Bach (1685-1750) não escreveu sonatas para flauta doce solo, mas usou-a frequentemente em sua orquestra. Suas partes para flauta doce eram geralmente escritas na clave de violino frances (sol na 1ª) sob o nome de flauto. Entre elas temos:
  • Concertos de Brandemburgo nº 2 e 4
  • Cantata 71 - Gott ist mein König (1708)
  • Cantata 106 - Actus Tragicus - Gottes Zeit (c.1711)
  • Cantata 142 de Natal - Uns ist ein Kind geboren (2 flautas)
  • Cantata 18 - Gleichwie regen und Schnee (1714) (4ª flauta)
  • Cantata 182 - Himmelskönig, sei willkommen (1714/15)
  • Cantata 161 - Komm, du süsse Todesstunde (1715)
  • Cantata 152 - Tritt auf die Glaubensbahn (1715)
  • Cantata secular - Was mir behagt, ist nur die muntre Jagd - Ária Schafe Können sicher weiden (1716)
  • Cantata 189 - Meine Seele rühmt und preist (1715/18)
  • Cantata 119 - Preise Jerusalem den Herrn (1723)
  • Cantata 65 - Sie Werden aus Saba alle kommen (1724)
  • Cantata 81 - Jesus schläft, was soll ich hoffen (1724)
  • Cantata 46 Schauet doch und sehet (1727)
  • Paixão São Mateus - Recitativo e Chorus 25 (1729)
  • Cantata 25 - Es ist nicht gesundes (1731/32)
  • Cantata 175 - Er rufet seinen schafen (1735)
  • Oratório de Páscoa - Ária do tenor
  • Cantata 39 - Brich dem Hungrigen dein Brot (c.1740)
  • Cantata 13 - Meine Seufzer, meine tränen (1740)
  • Cantata 180 - Schnücke dich, o liebe seele (1740/44)
  • Cantata 122 - Das neugeborne kindelein (1740/44)
  • Cantata127 - Herr Jesu Christ, wahr'r meusch und Gott (1740/44)
Todas para flauta contralto com a possível excessão da nº 18, além de 2 outras para flautas mais agudas:
  • Cantata 103 - Ihr werdfet weinen und heulen (1735) talvez 6ª flauta
  • Cantata 96 - Herr Christ, der ein'ge Gottes Sohn (1740) sopranino

Georg Phillip Telemann (1681-1767) publicou o chamado "Der getreue Musikmeister" contendo peças para diversos instrumentos: sonatas, duos, trios, etc. Dentre suas obras podemos citar:

  • Diversos duetos
  • 4 sonatas para flauta contralto e contínuo
  • 2 sonatas do "Essercizii Musici"
  • Trio sonatas com violino, oboé viola alto, viola baixo e contínuo
  • Quartetos (1 para flauta doce, 2 traversos e contínuo)
  • 1 suite e 1 concerto para flauta doce e cordas
  • 1 concerto para 2 flautas doces e cordas
Ele também utilizou a mesma clave de Bach e com isso muitos duetos e outras obras podiam ser tocados tanto na traverso como na flauta doce.
George Frederich Handel (1685-1759) escreveu 12 sonatas op. 1 para flauta doce, traverso, oboé ou violino com contínuo. Quatro delas originais para flauta doce, além de algumas partes na cantata "nel dolce dell'oblio". Na obra Actis e Galatea a flauta sopranino imita pássaros. Além destas, alguns trio sonatas.
Neste mesmo período temos também muitos construtores de instrumentos que se destacaram e alguns de seus instrumentos sobreviveram até os dias de hoje e se encontram em grandes museus. Dentre os principais temos:
  • Inglaterra: Peter (Pierre) Bressan, Thomas Stanesby (c.1668-1734) e Thomas Stanesby Jr. (1692-1754)
  • Alemanha: Johann Christopher Denner (1655-1707), Heitz, F. Kynsker e J. W. Oberlaender (c.1760)
  • França: Familia Hotteterre, I. Scherer (c.1764) e Rippert (c.1701)
  • Holanda: Richard Haka (?-c.1709), Jan de Jager (?-c.1694), Jan Jurriaens van Heerde (1670-1691), W. Beukers (c.1704) e Jan Steenbergen (1675-1728)
  • Bélgica: Jean Hyacinthe Rottenburgh of Brussels e T. Boekhout
Com o nascimento da orquestra clássica, os compositores procuravam instrumentos com maiores recursos dinâmicos. Assim, começa o declínio da flauta doce perante a flauta traverso que já por volta de 1750 praticamente desaparecia do repertório de qualquer compositor.
Durante um século e meio a flauta doce constou somente na história dos instrumentos musicais. Por volta do final do séc. XIX, alguns músicos, através de suas pesquisas em música antiga e instrumentos, voltaram a ter contato com a família das flautas doces. Alguns chegaram a estudar o instrumento através da literatura existente nos museus, como por exemplo Cristopher Welch (1832-1915) e Canon Francis Galpin. Welch, após estudar a literatura, publicou suas pesquisas em "Six Lectures on the Recorder"(1911) . Galpin estudou os instrumentos e ensinou sua família a tocá-los.
Mas foi um ingles chamado Arnold Dolmetsch (1858-1940) que concluiu que a flauta doce somente renasceria se a sua construção recebesse igual tratamento. Como resultado de muita pesquisa ele conseguiu construir um quarteto de flautas doces e tocá-las com sua família num concerto histórico no Festival Haslemere em 1926. Seu filho Carl se tornou um virtuoso no instrumento e elevou-o a um nível de alta interpretação. Essas flautas foram copiadas e produzidas em série na Alemanha, onde se tornaram muito populares. Algumas modificações foram feitas e surgiu o chamado dedilhado germânico, que facilitava o dedilhado de algumas notas, mas, infelizmente, dificultava o de várias outras.
Em 1935 Edgar Hunt introduzia o ensino de flauta doce nas escolas primárias inglesas, e em 1937 foi fundada a "Society of Recorder Player". Aos poucos a flauta doce ressurgia e os compositores começaram a escrever para o instrumento. Com o aumento do número de grandes intérpretes a flauta doce se tornou um instrumento de pesquisa sonora e técnicas alternativas de execução.
Na Alemanha temos o Prof. Gustav Schenk e seus pupilos Hans Conrad Fehr (que também era construtor) e Hans Martin Linde (Suiça) que além de flautista era compositor e professor.
Na Holanda temos Johannes Collette , Kees Otten, Frans Brüggen, Jeanette van Wingerden, Walter van Hauwe, Kees Boeke, Ricardo Kanji e Baldrick Deerenburg como professores e flautistas de destaque. Brüggen (aluno de Otten), além de flautista, professor e musicologista, colaborou com o construtor de instrumentos Hans Coolsma, de Utrecht na produção de flautas doces de alta qualidade de 1962 em diante. Junto com o cravista Gustav Leonhardt começaram a dar concertos e gravar discos de altíssimo nível, além de liderarem a corrente da autenticidade em instrumentos e interpretação. Encorajou vários compositores da avant garde como Luciano Berio ou Makoto Shinohara a escreverem para flauta doce e executava suas peças em seus recitais. Toda essa corrente de autenticidade estendeu-se a outros construtores que passaram a construir flautas a partir de originais Bressan, Denner, etc. Dentre eles destacam-se Martin Skovroneck na Alemanha, Friedrich von Heune nos Estados Unidos e Fred Morgan na Austrália. Von Heune por sua vez desenhou a série Rottenburgh para produção em série da fábrica Moeck na Alemanha a partir da original do Museu de Bruxelas.
A técnica atual utiliza uma ampla notação da avant garde, como por exemplo o uso de fluttertongueing (frulato), vibrato, dedilhados alternativos, formação de acordes de harmônicos, glissandos, além de outros efeitos com voz e percussão de dedos. Hoje em dia temos também a produção em série de flautas de plástico a partir de cópias de originais como por exemplo as japonesas Yamaha, Aulus e Zen-on, além de uma série de edições modernas facsímiles de edições antigas e manuscritos editados na Europa.


BIBLIOGRAFIA:
HUNT, Edgar : The Recorder and its music. London : Eulenburg Books, 1981.
MUNROW, David - Encarte do disco "The Art of the Recorder"
SADIE, Stanley : The New Grove Dictionary of Music and Musicians. London : Macmillan Publishers Limited, 1995


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No vídeo abaixo encontramos alguns instrumentos antigos, inclusive flautas....


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Abaixo seguem  resumos de textos bem interessantes:

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Resumo do texto” Pesquisa de sons”
Retirado do livro Koellreutter educador: o humano como objetivo da
educação musical. (São Paulo: Peirópolis, 2001.) de Teca Alencar de Brito

            A música contemporânea pode ser feita a partir de qualquer som ou ruído, dai a importância em se pesquisar a produção de timbres não-convencionais. Modelos de improvisação assim desenvolvem a pesquisa de sons, técnicas, sensibilidade, o contato entre improvisadores, o aprendizado de componentes musicais, entre outros.
            O texto sugere propostas práticas para o improviso musical como, por exemplo, ao utilizar instrumentos é possível disponibilizar aos alunos uma partitura não tradicional e permitir com eles escolham seus instrumentos, depois, dar a pulsação e propor que cada improvisador execute o quadrado referente ao seu instrumento, o instrumento seguinte entra após 4 segundos da entrada do anterior.
            Para realizar pesquisas com a voz ele sugere que, primeiramente, se classifiquem os ruídos produzidos por consoantes e vogais, depois os tons e intervalos, em seguida comparar os intervalos e realizar ditados com os mesmos. Defende que devemos trabalhar tudo o que for possível com a voz, como falar, cantar, sussurrar, tossir, rir, etc.
            Traz também a proposta de se trabalhar com a música que o nome de cada pessoa origina, e depois escrever a música ou desenhar o movimento do som. Trabalhar também variações na intensidade, altura, duração e ritmo na voz ao musicar sentimentos, brincar com variações vocais e mudanças de posição dos lábios, língua e boca. Propõe a criação e estudo de timbres e atividades para musicar textos. Utilizar parlendas, jogos, poesias para criar músicas.
            Na pesquisa sonora com a flauta-doce ele propõe que se trabalhe com as partes da flauta desmontada na busca de timbres, que sopre de maneiras diferentes, que bata nos orifícios, sopre o bocal e feche com a mão e que se cante enquanto toca.
            Para outros instrumentos de sopro ele propõe que se explore os sons em diferentes partes do instrumento, que trabalhem de maneiras diferentes a respiração, voz, lábios, língua, chaves, surdina, etc, que combinem o som com outros efeitos, que variem as articulações e as combinações.
            Para o arco dos instrumentos de corda ele propõe que se produza som nos mais variados lugares do instrumento, que variem as posições, combinações e articulações.
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            A pesquisa sonora não tem fim, sempre existe algo novo para se descobrir!
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Resumo do texto” O registro/ A notação musical”
Retirado do livro Música na Educação Infantil de Teca Alencar de Brito


Os sinais criados para a notação musical servem para auxiliarem a memória daquilo que foi produzido musicalmente. A notação musical tradicional visa a perfeição deste registro.
Ela ressalta que a escrita musical não é musica, mas sim o seu registro, a música é sonoridade e não escrita. Lembra que muitas músicas populares são transmitidas oralmente e que não existe o registro escrito das mesmas, para tanto, o ensino musical não deve partir desta notação, caso contrario estes signos tornam-se vazios e sem significado.
O registro musical pode sim ser trabalhado com crianças a partir de 3 anos, porém deve partir “de situações significativas de interação e apropriação dos sons e da construção de sentidos.”[1]

            Materializar no corpo os sons que ouvimos é uma forma de registro musical possível de ser desenvolvida com os alunos, pois se transpõe aquilo que ouvimos em gestos corporais.  Tais gestos podem transformarem-se em desenhos, assim, torna-se possível desenhar o som. Em seguida estes desenhos podem se tornar códigos de notação a serem utilizados pelo grupo.
            Desenhar o som é registrar intuitivamente aquilo se ouve, e também é possível conscientizar os alunos sobre as qualidades do som.  Ela defende que Koelllrreuter valoriza que se trabalhe registros de diferentes sons utilizando diversos recursos gráficos como pontos, linhas, etc. Ele também propõe a interação dos processos de improvisação musical com a escrita musical. E que devemos partir de uma imagem sonora globalizante e não de alturas definidas (as notas musicais) pois as crianças possuem essa visão global e não separada.
            Em seguida o texto propõe algumas atividades a serem realizadas no ensino da notação musical. A partir de três anos a proposta é desenhar o som, aos quatro, iniciar a criação de partituras gráficas, e, aos seis, buscar registrar a forma que tem a música.
           


[1] Página 178

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Pensando sobre a pesquisa sonora na flauta-doce a professora Claudia nos solicitou uma lista  com os sons que conseguissemos criar. Minha lista ficou assim:

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Pesquisa de sons não convencionais na flauta-doce
por Jéssica Cajuela.

- soprar todos os orifícios do corpo da flauta em ambas as direções.
- Fechar com a mão a parte de baixo do corpo da flauta e soprar
- Fechar com a mão a parte de baixo do corpo da flauta e soprar, tirando e colocando a mão.
- batucar o corpo da flauta com a unha
-bater o corpo da flauta contra a mão
- soprar o pé da flauta
- soprar o pé da flauta tampando a parte de baixo com a mão
- soprar o pé da flauta tampando a parte de baixo com a mão, colocando e tirando a mão
- batucar o pé da flauta com a unha
-bater a parte de encaixe do pé da flauta contra a mão
- soprar a cabeça da flauta
- soprar a cabeça da flauta tampando com a mão a parte de baixo
- soprar a cabeça da flauta tampando com a mão a parte de baixo, colocando e tirando a mão
- soprar a cabeça da flauta tampando com a mão a janela, colocando e tirando o dedo
-Soprar a janela da cabeça da flauta
-Sugar o ar pela janela da cabeça da flauta
- bater a cabeça da flauta contra a palma da mão;
- Batucar o corpo da flauta com a unha

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 O vídeo abaixo mostra experiências feitas em uma oficina de pesquisa de paisagem sonora, o interessante é que, além dos sons é possivel conferir a notação musical criada para o registro destes sons!


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Pensando em pesquisa sonora eu não poderia deixar de postar alguns vídeos, começando pelo Babilak Bah


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UAKTI



Grupo Experimental de Música- GEM



STOMP



BLUE MAN GROUP


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É incrível ver a capacidade criativa do homem, é possivel fazer música com TUDO...e essa pesquisa e  experiência sonora deve sempre estar presente em nossas aulas de música!!!!
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Seguem resumos de outros textos bem interessantes, voltados para a Flauta-doce



Resumo do texto: Técnica de execução.
Retirado do livro “Iniciação a la flauta Dulce” de Judith Akosehky e Mario A. Videla.

Desde o começo da aprendizagem é fundamental adquirir uma técnica de execução correta.

RESPIRAÇÃO

A respiração deve ser tranquila e sem tensão, e é a base para a qualidade do som. O professor pode, antes de iniciar a aula com o instrumento, realizar alguns exercícios de respiração.
A respiração é determinada pelo fraseado musical.

POSTURA DO CORPO

A postura é indispensável para uma boa execução, corpo e cabeças devem estar erguidos, os cotovelos ligeiramente separados e a flauta mantida a um ângulo de 45º a 60º.

POSIÇÃO DOS DEDOS

Deve-se usar a polpa dos dedos e tapar completamente os orifícios de cada digitação sem precisar olhar para a flauta. O movimento de mudança dos dedos deve ser rápido e preciso, os círculos pretos representam os orifícios que devem ser tapados.

POSIÇÃO DOS LÁBIOS

Deve-se apoiar a flauta naturalmente sobre os lábios e fechá-los sem contraí-los.

GOLPE DE LÍNGUA

A emissão das notas é feita por um golpe de língua (exceto o legato) como se pronunciasse a sílaba TU. O som termina quando se leva a língua até o palato, cortando a corrente de ar.
O professor precisa corrigir os erros de emissão sem o golpe de língua desde o começo do aprendizado.

AFINAÇÃO

A altura dos sons varia ao juntar ou separar a cabeça da flauta de seu corpo, o que permite afinar a flauta com outros instrumentos tendo como referência a nota LA. No início o professor pode afinar as flautas do grupo até que os alunos aprendam a fazê-lo.

CUIDADOS COM O INSTRUMENTO

-Ao terminar de tocar deve-se enxugar a flauta com um pano, secando a umidade.
-Para limpar o canal de ar pode-se utilizar uma tira de papel absorvente. Após o uso deve-se guardar a flauta em um estojo ou saco de pano.
-Ao abrir e fechar a flauta deve-se girar as partes para evitar rachadura.
-flautas novas de madeira não devem ser tocadas por muito tempo nos primeiros das. É preciso que ela, primeiramente se acostume com o hálito do executante.


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 Resumo da reportagem “INSTRUMENTOS COMO FLAUTA, SAXOFONE E TROMPETE INFLUENCIAM MÚSCULOS DO ROSTO E POSIÇÃO DOS DENTES DAS CRIANÇAS E PODEM AJUDAR A TRATAR LÁBIOS FLÁCIDOS E QUEIXO PARA A FRENTE, ENTRE OUTROS PROBLEMAS” de Flávia Mantovani.

Retirado do jornal Folha de São Paulo de 15 de junho de 2006.

Além de todos os benefícios conhecidos pelo ensino de música, o aprendizado de um instrumento de sopro pode ajudar a corrigir desvios de músculos do rosto que influenciam a posição dos dentes, corrigir queixo projetado para a frente e lábios flácidos, curtos ou separados.
A dentista Maria Cristina Ferreira de Camargo realiza pesquisas sobre o crescimento da face e observou quais músculos cada instrumento de sopro trabalha e como ocorre essa ação e passou a indicar o aprendizado de instrumentos de sopro coo auxiliar nos tratamentos.
A reportagem dá o exemplo de Eduardo Felipe Fernandes Pereira, de 9 anos, que tinha problemas de respiração e começou a tocar gaita, após um tempo o problema foi corrigido.
A fonoaudióloga Irene Marchesan diz que muitos profissionais indicam exercícios com bexiga, apitos e língua-de sogra, porém, se existe o interesse pela música, o aprendizado de um instrumento de sopro é a atividade mais continuada que uma criança pode fazer.
É preciso ter cuidado pois, dependendo do desvio que a criança tenha, alguns instrumentos podem agravar ou impedir a melhora, como  é o caso do oboé, clarinete, saxofone e fagote para crianças com mordida aberta.
É preciso lembrar que a interferência dos instrumentos sobre músculos e ossos ocorre apenas na infância e pré-adolescência e que os efeitos dependem da frequência, intensidade e duração do uso do instrumento.
É preciso analisar cada caso e ter uma sintonia entre o professor de música e o dentista, para poderem adequar o instrumento ás necessidades da criança.



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Resumo do texto “ La Flauta Dulce” de Orff Schulwerr
Retirado do livro Música para Ninos

Este instrumento tem um encanto especial para as crianças e a melhor idade para começar seu aprendizado é com cerca de 7 anos, antes disso as mãos das crianças são pequenas e seus dedinhos podem não tapar bem os orifícios.
A primeira dificuldade encontrada ao aprender flauta é a respiração, mesma dificuldade encontrada por crianças quando estão aprendendo a ler. Com a prática e direcionamento correto os problemas são resolvidos.
O texto fala que depois da criança aprender a cantar em grupo ela aprende a respirar coletivamente, e, quando começa o aprendizado da flauta, são ensinadas as mesmas melodias que ela já sabe cantar, mantendo a respiração nos mesmos lugares.
Ensinar melodias conhecidas é bom para desenvolver a audição e realizar exercícios de solfejo com as crianças. É preciso que o solfejo parta de uma necessidade encontrada pela criança e não que seja algo imposto.
Para tocar flauta é preciso sincronia dos dedos com as articulações de ar. A flauta deve ser apoiada no lábio inferior, que deve ser mantido relaxado. O som é articulado pela língua produzindo “DU”.
Devemos trabalhar exercícios de respiração com as crianças visando aumentar sua capacidade de administrar o ar e permitindo tocar frases maiores.
Deve-se começar a ensinar flauta pela flauta soprano, sua primeira oitava coincide com a voz das crianças e é suficiente para tocar músicas infantis.
O professor precisa se preocupar com a qualidade dos instrumentos e ensinar os cuidados que precisam ser tomados para a manutenção do mesmo. É preciso afinar a flauta coletivamente, o que fica muito mais fácil quando todas são da mesma marca.
Cada dedo tem a sua posição correta e existem tabelas que mostram a posição de cada nota. Devemos ensinar primeiramente as notas SI, LA, SOL e DO, pois usam apenas a mão esquerda, depois do aprendizado destas, passamos a utilizar a mão direita e ensinar as demais notas da oitava. A flauta é um ótimo instrumento para a improvisação, quando tocada acompanhando outros instrumentos devemos observar seu som e a quantidade de flautas em relação aos demais instrumentos, buscando sempre o equilíbrio.

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Resumo do texto “Sonorização de histórias” de Teca Alencar de Brito
Retirado do livro Música na Educação Infantil


            Ouvindo e criando histórias as crianças desenvolvem a criatividade, a linguagem oral e ampliam recursos como o vocabulário, as entonações e articulações da fala. As histórias podem ser uma importante ferramenta no processo de educação musical.

            Ao pensar na história aliada ao ensino musical devemos torná-las mais expressivas e sonoras, variando a entonação, a intensidade, o registro da voz e a velocidade, pois tais aspectos enriquecem a interpretação e mostram ás crianças as inúmeras possibilidades de exploração da voz, o que ajuda a desenvolver na criança seu modo de se expressar.

            A história torna-se mais atraente ao utilizar a voz, o corpo ou outros objetos para sonorizar a narrativa. É possível que as próprias crianças criem esta sonorização, mas isto depende da história e esta análise deve ser feita previamente pelo professor.

            Devemos explorar os sons vocais e corporais, e é possível utilizar objetos sonoros e até instrumentos musicais para fazer a sonoplastia. A descoberta dos materiais a serem utilizados para ilustrar sonoramente uma determinada cena pode ser feita junto ás crianças, por meio de pesquisa de variados materiais encontrados na escola.



            A utilização de instrumentos musicais para a sonoplastia também é interessante, instrumentos de percussão, apitos de pássaro, flauta de êmbolo e carrilhões são apropriados para o trabalho que pode ser estruturado de duas maneiras:
1-                         1-  Imitando o efeito sonoro real (uma porta se abre e um aluno raspa lentamente o reco-reco buscando imitar o som da porta.) Neste exercício é preciso pesquisar e escolher o melhor material, além de descobrir a melhor maneira de tocá-lo, o que desenvolve a percepção e discriminação auditiva, apura a sensibilidade, a escuta, a imaginação e a criatividade. Com crianças pequenas o educador conta e faz a sonoplastia, o que permite apresentar diferentes instrumentos ás crianças.
2-                      2-  Outra maneira de trabalhar a sonoplastia com instrumentos musicais é contar uma história enquanto outra pessoa faz os sons. Se o sonoplasta estiver escondido isso desperta o interesse e a curiosidade das crianças.  Com os maiores é possível propor que descubram/ reconheçam quais foram as fontes sonoras, questionar sobre qual instrumento que produz determinado som, como ele foi tocado, permitir que eles experimentem tocar e depois classifiquem de acordo com a técnica utilizada para tirar o som.

É possível transcender a utilização da história para a criação de sonoplastia e passar a utilizar uma história como base para a criação de uma improvisação ou composição musical. Com base na história a criança escolhe um timbre para representar sonoramente determinado personagem. Quando há um diálogo na história entre personagens, na verdade o que se cria é um improviso, uma composição musical entre os dois instrumentos que representam esses personagens. A história torna-se “um fio condutor para a realização musical.” Permitindo com que se desenvolva a “sensibilidade para ouvir e tocar, o respeito ao silêncio, a atuação na hora certa, a capacidade para dialogar etc.”

É possível utilizar histórias prontas, contos de fadas, livros de imagens, inventar histórias, enfim, o educador deve sempre estar atento aos interesses do grupo e promover situações criativas, ricas e estimulantes ás crianças.


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Resumo do texto “Jogos de Improvisação” de Teca Alencar de Brito
Retirado do livro Música na Educação Infantil

Improvisar implica em “criar respostas imediatas para as mais variadas situações da vida cotidiana”, assim, muitas vezes, o improviso é associado ao inacabado, malfeito ou provisório, tratando o mesmo pejorativamente. Esta visão está equivocada pois, para improvisar é preciso “articular o pensamento, as ideias e as ações”, conhecer o assunto, ter iniciativa e criatividade para fazer e inventar, o que envolve inúmeras capacidades, tornando o improviso algo planejado e organizado, e não superficial.
Ao improvisar é preciso estabelecer critérios, selecionar o material sonoro, criar ideias musicais, transformá-las e amadurecê-las. É um modo de realização musical, assim como a interpretação e a composição. A improvisação provém da tradição musical oral e visa a comunicação imediata e não a notação e perpetuação da composição musical. A música erudita privilegia a notação musical e a interpretação, e a improvisação torna-se presente e valorizada na música popular, isto se reflete no ensino musical, onde músicos eruditos com técnica apurada de interpretação sentem dificuldade ao improvisar.
Violeta H. de Gainza, educadora musical argentina, defende que o improviso é um jogo-atividade-exercício que desenvolve habilidades, memória, criatividade, capacidade de observação e imaginação, sensibilidade, consciência, segurança, confiança em si mesmo, entre outros aprendizados. Defende que o improviso é “um ato expressivo de comunicação”, e que não precisa resultar necessariamente em uma composição coerentemente estruturada.
A improvisação deve acompanhar todo o processo de educação musical, e para H. J. Koellreutter “deve ser o principal condutor das atividades pedagógico-musicais” para tanto ele deve ser cuidadosamente preparado e ter claro seus objetivos.
O improviso deve ser um dos principais condutores da educação musical infantil, ela possibilita vivenciar e entender aspectos musicais como as qualidades do som, o silêncio, a organização de materiais sonoros, o pulso, o ritmo, a criação e reprodução de melodias, etc.
Pode-se utilizar materiais variados nos jogos de improviso como instrumentos confeccionados pelas crianças, qualquer material que produza som disponível na escola, o corpo e a voz. O improviso revela a expressão que cada criança estabelece com os diferentes sons e músicas, é o modo que a criança brinca e se comunica musicalmente. 



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A professora Claudia nos indicou alguns vídeos de grupos que tocam flauta-dece, entre eles, dois ela faz parte:  o Trio Sospirare e o Quarteto Fontegara

TRIO SOSPIRARE




"O grupo de música antiga dedica-se à proposta de apresentar repertório dos Séculos XVI e XVII com canto, flauta doce e alaúde. Este programa é baseado no vasto e fascinante tema do Amor, abordando alguns de seus inúmeros aspectos, como: o tímido, o platônico, o condicional, o seresteiro, o sedutor, entre outras facetas desse sentimento tão contraditório e universal."
http://www.youtube.com/watch?v=td8mjaB_tqI&feature=related

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QUARTETO FONTEGARA








http://www.tvsescsp.com/sesc/programa_new/mostra_detalhe.cfm?programacao_id=1...

Projeto: MÚSICA EM CENA organizado pelo SESC Carmo.

"Formado por músicos especialistas em flauta doce, que buscam explorar todas as possibilidades de seus instrumentos. Com Ana Cristina Rossetto (flautas doces), Bernardo Toledo Piza (flautas doces), Claudia Freixedas (flautas doces e violoncelo), Marília Macedo (flautas doces) e convidada especial: Sonia Goussinsky (soprano). Igreja Nossa Senhora da Boa Morte - Rua do Carmo, 202. "

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Os outros vídeos indicados pela professora são:

FLANDERS RECORDER QUARTET


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QNG QUARTET RECORDER




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SIRENA RECORDER QUARTET


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LOEKI STARDUST QUARTET


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FRANZ BRUGGEN

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É muito interessante analisar as possibilidades que a flauta-doce traz para a musica e para os músicos. É possível utilizar a flauta para realizar maravilhosas interpretações como a de Franz Bruggen, ou então de realizar um trabalho que tem como objetivo uma pesquisa acerca da música antiga, como o repertório dos Séculos XVI e XVII do TRIO SOSPIRARE, ou de brincar com repertório, sons, pesquisa sonora, enfim, como podemos ver no Quarteto Fontegara, no QNG Quartet Recorder e o Sirena Recorder Quartet. Grupos que, particularmente, me encantaram.

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ABAIXO SEGUEM OS VÍDEOS DE NOSSAS AULAS:

AULA 1:



AULA 2:


AULA 3:


AULA 4:



AULA 5:



AULA 6:


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Abaixo seguem os resumos de nossas aulas:


AULA 1:
ATIVIDADE
Exploração de sons/ Timbres
Sonorização de histórias
Improvisação
Parâmetros do som
(Altura/ duração/ intensidade/ timbre)
Teoria/ leitura/ solfejo
Escrita Musical
Brincadeiras de roda
Técnicas para flauta- doce (respiração, digitação, articulação)
Composição Musical
Colhendo flores (inspirando e expirando)









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Brincadeira com nomes e percussão corporal



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Os sons do copinho



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A história do cavalo (som de copos)



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Parlenda: viva o rabo do tatu



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Parlenda: Lé com lé, cré com cré


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X
ATIVIDADE
Exploração de sons/ Timbres
Sonorização de histórias
Improvisação
Parâmetros do som
(Altura/ duração/ intensidade/ timbre)
Teoria/ leitura/ solfejo
Escrita Musical
Brincadeiras de roda
Técnicas para flauta- doce (respiração, digitação, articulação)
Composição Musical
Criação de história coletiva



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AULA 2:
ATIVIDADE
Exploração de sons/ Timbres
Sonorização de histórias
Improvisação
Parâmetros do som
(Altura/ duração/ intensidade/ timbre)
Teoria/ leitura/ solfejo
Escrita Musical
Brincadeiras de roda
Técnicas para flauta- doce (respiração, digitação, articulação)
Composição Musical
Soprando bolinhas em copinhos






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Exploração dos sons da flauta (desmontada)



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Composição coletiva com sons da flauta e confecção de partituras não convencionais





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Flauta de embalo
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Composição, leitura e Escrita musical utilizando fitas, tampinhas e pauzinhos.



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ATIVIDADE
Exploração de sons/ Timbres
Sonorização de histórias
Improvisação
Parâmetros do som
(Altura/ duração/ intensidade/ timbre)
Teoria/ leitura/ solfejo/
percepção
Escrita Musical
Brincadeiras de roda
Técnicas para flauta- doce (respiração, digitação, articulação)
Composição Musical
Cantiga de roda: Bambu tira Bu





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Música com solista e grupo acompanhando com melodia utilizando a nota SI (exercício de encaixe com ostinato)








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Criação de composição individual e repetição da composição pelo grupo todo (utilizando SI e depois SI, LA e SOL).







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AULA 3:
ATIVIDADE
Exploração de sons/ Timbres
Sonorização de histórias
Improvisação
Parâmetros do som
(Altura/ duração/ intensidade/ timbre)
Teoria/ leitura/ solfejo/
percepção
Escrita Musical
Brincadeiras /ou/
Cantigas de roda
Técnicas para flauta- doce (respiração, digitação, articulação)
Composição Musical
Relaxamento/ Alongamento
(NOVO OVO NOVO)








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Pisão no pé do amigo



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Cânone de respiração (p.45)


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Jogos de improvisação

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Flauta- música: Sombra

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X
Flauta- música: Bem-te-vi

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Flauta- música: Vendemos biscoitos


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Flauta- música: A chuvinha cai.


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Flauta- música: Serra, serra.









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ATIVIDADE
Exploração de sons/ Timbres
Sonorização de histórias
Improvisação
Parâmetros do som
(Altura/ duração/ intensidade/ timbre)
Teoria/ leitura/ solfejo/
percepção
Escrita Musical
Brincadeiras /ou/
Cantigas de roda
Técnicas para flauta- doce (respiração, digitação, articulação)
Composição Musical
Flauta- música:
UATATA

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Música: olha o peixe (piaba)




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Flauta- música:
Peixinhos do mar (com improvisação individual)

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Flauta- música:
O trem de ferro


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Flauta- música:
Bambalalão com Lua, Luar.






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AULA 4:
ATIVIDADE
Exploração de sons/ Timbres
Sonorização de histórias
Improvisação
Parâmetros do som
(Altura/ duração/ intensidade/ timbre)
Teoria/ leitura/ solfejo/
percepção
Escrita Musical
Brincadeiras /ou/
Cantigas de roda
Técnicas para flauta- doce (respiração, digitação, articulação)
Composição Musical
Respiração com língua de sogra




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Roda da Sereia



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Flauta- música:
Bem-te-vi com improviso individual



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Flauta- música:
Dois por dez (biscoitinhos) com improviso




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Flauta- música:
Cabelos cor de mel




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Flauta- música:
Serra, serra, serrador

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Flauta- música:
Trem de ferro





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ATIVIDADE
Exploração de sons/ Timbres
Sonorização de histórias
Improvisação
Parâmetros do som
(Altura/ duração/ intensidade/ timbre)
Teoria/ leitura/ solfejo/
percepção
Escrita Musical
Brincadeiras /ou/
Cantigas de roda
Técnicas para flauta- doce (respiração, digitação, articulação)
Composição Musical
Exercícios na flauta, tocando coletivamente e depois cada um tocando um trecho.







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Flauta-música: Bambalalão e lua, luar.






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Sonorizando diferentes histórias - livros


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AULA 5:
ATIVIDADE
Exploração de sons/ Timbres
Sonorização de histórias
Improvisação
Parâmetros do som
(Altura/ duração/ intensidade/ timbre)
Teoria/ leitura/ solfejo/
percepção
Escrita Musical
Brincadeiras /ou/
Cantigas de roda
Técnicas para flauta- doce (respiração, digitação, articulação)
Composição Musical
Alongamento – Audição de Beliza landin e Duo Brasil











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Brincando com o Som do papel


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Musicando parlendas com sons de palitinhos Hachi.
(PAPA Papão)



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Musicando em grupo parlendas com sons de palitinhos Hachi.
(1, 2, 3)



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Tocando arranjo das 3 composições com hachi



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ATIVIDADE
Exploração de sons/ Timbres
Sonorização de histórias
Improvisação
Parâmetros do som
(Altura/ duração/ intensidade/ timbre)
Teoria/ leitura/ solfejo/
percepção
Escrita Musical
Brincadeiras /ou/
Cantigas de roda
Técnicas para flauta- doce (respiração, digitação, articulação)
Composição Musical
A história da coruja e o sino que transforma anões em pássaros que improvisam





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Flauta-música: Chuva miúda (RE, DO e LA)



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Flauta-música: Melodia Russa (com a nota MI)






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Flauta-música: Melodia Chinesa (com a nota MI)






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Flauta-música: A coruja




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Flauta-música: Canto do Povo de Algum Lugar






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Flauta-música: Eu morava na areia, sereia








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Flauta-música: Peixe que nadou (piaba)






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ATIVIDADE
Exploração de sons/ Timbres
Sonorização de histórias
Improvisação
Parâmetros do som
(Altura/ duração/ intensidade/ timbre)
Teoria/ leitura/ solfejo/
percepção
Escrita Musical
Brincadeiras /ou/
Cantigas de roda
Técnicas para flauta- doce (respiração, digitação, articulação)
Composição Musical
Flauta-música: Duas cirandas




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Flauta-música: Catira do passarinho



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AULA 6:
ATIVIDADE
Exploração de sons/ Timbres
Sonorização de histórias
Improvisação
Parâmetros do som
(Altura/ duração/ intensidade/ timbre)
Teoria/ leitura/ solfejo/
percepção
Escrita Musical
Brincadeiras /ou/
Cantigas de roda
Técnicas para flauta- doce (respiração, digitação, articulação)
Composição Musical
Brincadeira de dança e sopro com tecidos


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Dançando a música: La Morenada utilizando tecidos



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Dançando e cantando: Tá caindo fulô





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Cantando e dançando: Tô fazendo uma farinhada



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Cantando e dançando: Balanço da peneira





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ATIVIDADE
Exploração de sons/ Timbres
Sonorização de histórias
Improvisação
Parâmetros do som
(Altura/ duração/ intensidade/ timbre)
Teoria/ leitura/ solfejo/
percepção
Escrita Musical
Brincadeiras /ou/
Cantigas de roda
Técnicas para flauta- doce (respiração, digitação, articulação)
Composição Musical
Flauta-música: Revisão de diversas músicas tocadas nas aulas anteriores





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Flauta-música: Blues dos mosquitos





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Flauta-música: caranguejinho





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3 comentários:

  1. Boa Tarde !
    Parabéns pelo rico material disponibilizado no blog e pela amplitude de aspectos abordados a respeito da educação musical.
    Meu nome é Fulvio Lucietto e sou licenciando no curso de Educação Musical da UFSCAR.
    Criei um blog para iniciar a minha trajetória no universo da educação musical.
    Sentiria-me honrado com a sua visita.
    Segue abaixo o link:
    http://oarteeducadormusical.blogspot.com.br/
    Abraço e obrigado !
    Fulvio.

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  2. Olá, gostaria de lhe parabenizar pelo conteúdo disponibilizado por você, é de muita relevância e riqueza,sou aluna do curso de Educação Musical da Ufscar e estou iniciando um blog (https://educacaomusicalcintiacintra.blogspot.com/) espero que possamos trocar muitas vivências e estudos.
    Abraços

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