INTUIÇÃO
Por Jéssica Cajuela
Por Jéssica Cajuela
Como caminhar
Sem saber pra onde ir?
Para que seguir assim,
Descobrindo o intocável?
Tantas vezes embebido em medo,
Paradigmada,
Dita,
Atraí os curiosos,
Corajosos,
Criativos.
E traz a novidade,
O movimento espontâneo
Da busca e descoberta,
Ao descobrir o tudo,
Muito encontramos entre linhas,
Entre sons,
Entre seres e seus ruídos da vida,
na vida.
E o ruído ganha forma,
Intenção, solução.[3]
E a história vida,
Viva,
Se recria,
Se musica,
Se faz,
Se imita.[4]
Um improviso,
Que sai da rotina,
Que sai do escrito,
Que sai do previsto,
Que segue o compasso
Do dito e não dito.
A falta que sobra,
A sobra que falta.
O calar de um canto,
Um canto calar.
Regra que liberta,
Recria o verso,
A rima, a poesia,
Compasso, refrão.
Recria a visão,
O entendimento,
A compreensão.
Recria a vida,
A música,
A intuição.[6]
[1] Ao refletir sobre a presença da matéria “Pesquisa
sonora e improvisação” em um curso de pós-Graduação em Educação Musical, é
preciso questionar o Por Que do ato de improvisar. Qual a sua importância no/
para o Ensino musical?
[2] Achei muito interessante a
metodologia adotada pela professora Enny Parejo para dar início ás aulas de improvisação. O
ponto inicial foi o corpo e o movimento, a liberdade, sem medo, regras, receios, e, a partir do movimento, começamos a recriar
e repensar o som.
[3] Outro aspecto muito interessante
das aulas foram as experiências de pesquisa sonora, onde foi possível expandir
muito a percepção acerca do mundo de sons que nos rodeia e das possibilidades
de imitação, reprodução e criação desses sons, o que trouxe possibilidades
infinitas para se pensar em improvisação e em suas aplicações na educação musical.
[4] Após ouvir o mundo ao nosso
redor, nos foi proposto sonorizar histórias utilizando os mais variados
instrumentos, objetos, sons e movimentos. Foi uma experiência muito
interessante, pois, ao se apropriar dos sons do mundo e tentar recriá-los em
determinada situação, estes sons passam a ter sentido, objetivo, intuito. Por
meio da escolha de determinado som em detrimento de outro, o aluno começa a
estabelecer estruturas sonoras e desenvolver técnicas de reprodução , o que
torna a sonorização de histórias um caminho para a prática musical.
[5] Após realizarmos pesquisas
sonoras e sonorização de histórias, nos foram propostas experiências em que
realizamos a música pela música e não mais a música, os sons, em detrimento de
algo (como,por exemplo, uma cena de uma história). Estas experiências de
improviso foram realizadas de diferentes maneiras, ora em grupos menores, ora
com ostinatos coletivos e solos individuais, ora com corpo, ora com instrumentos,
ora com regras mais rígidas, ora com maior liberdade. A experiência de viver e
recriar a música com liberdade é sempre maravilhosa!
[6] Para que improvisar? É preciso trabalhar isso com nossos
alunos?
Eu acredito que, se
desejamos formar cidadãos criativos, críticos, perceptivos, e, acima de tudo,
livres, o improviso é fundamental e essencial em uma aula de música...
Infelizmente eu não tive
uma formação musical com essa liberdade, fui educada nos moldes “tradicionais”
de ensino musical, e essa liberdade ainda hoje me faz muita falta.
O que me resta é tentar
voar atrás dela, quem sabe um dia eu a alcanço...
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