sexta-feira, 22 de junho de 2012

Pesquisa Sonora e Improvisação






INTUIÇÃO

                         Por Jéssica Cajuela 


Como caminhar
Sem saber pra onde ir?
Para que seguir assim,
Descobrindo o intocável?
Tantas vezes embebido em medo,
Receio, aflição.[1]



 A experiência que não está escrita,
Paradigmada,
Dita,
Atraí os curiosos,
Corajosos,
Criativos.
E traz a novidade,
O movimento espontâneo
Da busca e descoberta,
Do corpo, do todo, do tudo.[2]





Ao descobrir o tudo,
Muito encontramos entre linhas,
Entre sons,
Entre seres e seus ruídos da vida,
na vida.
E o ruído ganha forma,
Intenção, solução.[3]







E a história vida,
Viva,
Se recria,
Se musica,
Se faz,
Se imita.[4]


Um improviso,
Que sai da rotina,
Que sai do escrito,
Que sai do previsto,
Que segue o compasso
Do dito e não dito.

A falta que sobra,
A sobra que falta.
O calar de um canto,
Um canto calar.
Regra que liberta,
Liberdade que recria.[5]




Recria o verso,
A rima, a poesia,
A métrica, altura, timbre,
Compasso, refrão.
Recria a visão,
O entendimento,
A compreensão.

Recria a vida,
A música,
A intuição.[6]







 
[1]  Ao refletir sobre a presença da matéria “Pesquisa sonora e improvisação” em um curso de pós-Graduação em Educação Musical, é preciso questionar o Por Que do ato de improvisar. Qual a sua importância no/ para o Ensino musical?

[2] Achei muito interessante a metodologia adotada pela professora Enny Parejo  para dar início ás aulas de improvisação. O ponto inicial foi o corpo e o movimento, a liberdade, sem medo, regras, receios,  e, a partir do movimento, começamos a recriar e repensar o som.

[3] Outro aspecto muito interessante das aulas foram as experiências de pesquisa sonora, onde foi possível expandir muito a percepção acerca do mundo de sons que nos rodeia e das possibilidades de imitação, reprodução e criação desses sons, o que trouxe possibilidades infinitas para se pensar em improvisação e em suas aplicações na educação musical.

[4] Após ouvir o mundo ao nosso redor, nos foi proposto sonorizar histórias utilizando os mais variados instrumentos, objetos, sons e movimentos. Foi uma experiência muito interessante, pois, ao se apropriar dos sons do mundo e tentar recriá-los em determinada situação, estes sons passam a ter sentido, objetivo, intuito. Por meio da escolha de determinado som em detrimento de outro, o aluno começa a estabelecer estruturas sonoras e desenvolver técnicas de reprodução , o que torna a sonorização de histórias um caminho para a prática musical.

[5] Após realizarmos pesquisas sonoras e sonorização de histórias, nos foram propostas experiências em que realizamos a música pela música e não mais a música, os sons, em detrimento de algo (como,por exemplo, uma cena de uma história). Estas experiências de improviso foram realizadas de diferentes maneiras, ora em grupos menores, ora com ostinatos coletivos e solos individuais, ora com corpo, ora com instrumentos, ora com regras mais rígidas, ora com maior liberdade. A experiência de viver e recriar a música com liberdade é sempre maravilhosa!

[6] Para que improvisar? É preciso trabalhar isso com nossos alunos?
Eu acredito que, se desejamos formar cidadãos criativos, críticos, perceptivos, e, acima de tudo, livres, o improviso é fundamental e essencial em uma aula de música...
Infelizmente eu não tive uma formação musical com essa liberdade, fui educada nos moldes “tradicionais” de ensino musical, e essa liberdade ainda hoje me faz muita falta.
O que me resta é tentar voar atrás dela, quem sabe um dia eu a alcanço...

_____________________________________________________________________________


Nenhum comentário:

Postar um comentário