Pedagogia

Aqui você encontra alguns textos e pensamentos acerca de assuntos relacionados à pedagogia.

PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 
Proposta de atividade: 

Freud se opunha à visão tradicional cujo objeto de estudo era a consciência. Insistia em dizer que os motivos dos comportamentos humanos se encontravam no inconsciente? ( P. 47 e 48). De acordo com as teorias de Freud, quais as futuras conseqüências para quem sofre Bullying? Qual o papel do educar neste contexto? O que fazer para reverter essa situação? 


PARA FREUD O HOMEM TEM UMA INCLINAÇÃO PULSIONAL PARA A AGRESSÃO E DESTRUIÇÃO

"Na tentativa de responder a Einstein sobre o que poderia ser feito para proteger a sociedade das ameaças de guerra, Freud (1933 [1932e]) afirma que a violência é uma das formas de serem resolvidos os conflitos de interesses humanos. A violência é associada à agressividade pulsional e, desse modo, quando um homem é incitado a lutar numa guerra, pode ter motivos para ir: um deles é a inclinação pulsional da agressão e destruição; outro, certamente mais nobre, são as racionalizações destinadas a justificar, perante a consciência, a existência desta destrutividade."

fonte: http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0510403_09_cap02.pdf


Reportagem interessante a respeito de TRAUMAS


fonte: http://www.amalgama.blog.br/09/2009/trauma-de-freud-aos-dias-atuais/


 Vanessa Souza – O termo “trauma” vem do grego e é traduzido como ferida. Palavra muito usada no cotidiano (quem já não afirmou ter um?), os traumas são inevitáveis na existência de qualquer pessoa. Ana Maria Rudge, psicanalista, psicóloga e professora do Departamento de Psicologia da PUC-Rio, mergulhou no tema e escreveu Trauma (Jorge Zahar Editor). De rápida leitura – são menos de 100 páginas em pequeno formato –, a obra não deixa de ser instigante. Confira abaixo a entrevista que Ana Maria concedeu ao Amálgama.


Amálgama – Para começar, a pergunta mais trivial: qual o motivo de você ter escolhido o tema trauma?
Ana Maria Rudge – Para todo analista o trauma é um tema inseparável da sua clínica. Quando alguém procura tratamento analítico, quase sempre é porque algum acontecimento transtornou o equilíbrio em que vivia, exigindo uma reformulação em sua maneira de se colocar na vida.


Freud, quando formulava a teoria da sedução, concluiu, usando palavras do seu livro, Ana Maria, “que o inconsciente funciona de forma tal que é impossível distinguir a verdade da ficção investida de afeto”. Podes desenvolver essa afirmação?
Quer dizer que tudo aquilo em que acreditamos tem valor e determina nossa vida. As crenças são relacionadas aos nossos desejos, e, portanto são sempre articuladas a fantasias. Mas as fantasias não são meros devaneios que se mantenham num terreno separado da vida cotidiana. Elas vão determinar as escolhas que fazemos, desde as escolhas profissionais até as amorosas, e são o fundamento de toda a arte e criatividade humana.


Em 1916, quando Freud estuda os casos de neurose traumática de pós-guerra, conclui que os sintomas mostram que é impossível superar o trauma. O que os psicanalistas da atualidade pensam sobre isso?
Não é impossível superar o trauma. O fato é que a neurose traumática é um quadro, uma sintomatologia, que se estabelece quando o trauma não pode ser superado. A pessoa fica sujeita então à repetição da experiência traumática em sonhos ou em recordações muito vívidas, que causam angústia semelhante à que se deu quando do fato traumático. Entretanto, é possível o tratamento dessa neurose, e é nisso que apostamos.


Um dos pontos abordados no seu livro é o termo, cunhado por Freud, “Schicksalzwang”, a compulsão de destino. Como ela ocorre nas pessoas?
Freud chama compulsão de destino a um fenômeno curioso. Na vida de algumas pessoas parece haver uma repetição dos mesmos acontecimentos desagradáveis tão insistentemente que às vezes se invoca um mau olhado ou algo assim como explicação. Entretanto, o que ocorre é que, sem ter consciência disso, a pessoa está provocando esse acontecimento por algum motivo que desconhece, e que a análise poderá revelar.

Em relação aos sonhos, o que eles representam para os acontecimentos traumáticos?
Eles representam uma forma de elaborar psiquicamente o trauma, e geralmente fazem isso. Quando eles passam a simplesmente repetir o acontecimento traumático, é porque está sendo impossível desempenhar essa função sem a ajuda de uma análise.

Você cita, em sua obra, uma ótima metáfora do Freud sobre o cristal que, quando quebra, “não o faz aleatoriamente, mas expõe as linhas de fragilidade que, embora invisíveis, já estavam presentes em sua própria estrutura”. Podes discorrer sobre isso?
O que Freud quer dizer com essa metáfora é que não há um fosso entre normal e patológico, que ambos seguem as mesmas regras. Por causa disso, a patologia psíquica é prenhe de ensinamentos sobre o psíquico em geral, porque expõe de forma mais evidente relações que, na normalidade, chamam menos a atenção.

No final do seu livro, afirmas que o tratamento psicanalítico de graves traumas não é o mesmo das neuroses clássicas. Como se daria esse tratamento?
O tratamento de uma pessoa que traz sintomas traumáticos deve ser conduzido de forma diferente porque esses sintomas são diferentes em sua estrutura dos da neurose espontânea. O papel de ouvinte atento do analista é muito importante porque as pessoas geralmente não se dispõem a ouvir sobre fatos chocantes, já que pensar no que é angustiante provoca angústia; o que ocorreu com o outro pode ocorrer comigo. Quando estiver em condições de falar a respeito do fato que o traumatizou, o cliente o fará e esse é o caminho para elaborar o trauma. Entretanto, ele não deve ser instado a falar dos acontecimentos traumáticos, porque a recordação para ele se comporta como se fosse a repetição do acontecimento, com toda a carga de angústia que aquele provocou.


::: Trauma ::: Ana Maria Rudge ::: Jorge Zahar Editor, 2009, 80 páginas :::


O QUE É TRAUMA?


Fonte: http://amigosdofreud.blogspot.com/2008/02/trauma.html

"O significado psicanalítico da palavra “trauma” refere-se a um fato – realmente acontecido – de que tenha tido alguma importante repercussão no psiquismo do sujeito. No inicio da sua obra, Freud partiu da concepção de que o conflito psíquico era resultante das “repressões” impostas pelos traumas de uma sedução real, de fundo sexual, que suas jovens pacientes histéricas teriam sofrido quando meninas por parte do pai.
Freud enfatizava que essas repressões depositadas no inconsciente retornavam ao consciente sob a forma de sintomas. Daí ele postulou que “os neuróticos sofrem de reminiscências” e que a cura consistiria em “lembrar o que estava esquecido”. A teoria do trauma está datada no que refere ao seu sentido mais geral. Mas em contexto específico continua a ser válida e bastante importante.(...)

A substituição lenta e progressiva da repressão por outro(s) mecanismo(s) de defesa mais adequado permite a emergência para níveis pré-conscientes e/ou conscientes da vivência traumática e esse maior acesso à consciência facilita a elaboração e metabolização dos afetos e memórias anteriormente reprimidos e escondidos.
A inferência generalista de que “os neuróticos sofrem de reminiscências” não é considerada válida pela psicanálise atual. A psicanálise também já não tem por objetivo “lembrar o que estava esquecido”, se bem que em alguns momentos do processo analítico isso pode ser importante ou até mesmo fundamental."

TRAUMA COMO DOENÇA


fonte:http://notrauma.blogspot.com/2007/08/definindo-trauma.html

A palavra trauma é oriunda do grego (tráuma), a qual significa ferida. Atualmente, utilizamos quase todas suas derivações, por exemplo, traumatismo e traumatizante. Entretanto, segundo Luís Mir, hoje há uma consolidação do uso da palavra “trauma” para aspectos psíquicos e “traumatismo” para os físicos.

O trauma psíquico pode ser percebido quando um indivíduo, após algum choque emocional violento, passa a modificar sua personalidade, sensibilizando-a em relação a emoções da mesma natureza e podendo desencadear problemas psíquicos. Já o traumatismo (trauma físico) são lesões orgânicas produzidas por transferência de energia proveniente de agentes externos, esses se compreendem em: físicos, mecânicos e químicos.

Para que uma doença ocorra, alguns itens devem interagir: (1) Um agente que cause a doença - energia; (2) Um hospedeiro na qual o agente possa residir – ser humano; (3) Um ambiente apropriado em que os dois possam interagir – local do evento.


E O BULLYING?


fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bullying

"É um termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (do inglês bully, "tiranete" ou "valentão") ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender. Também existem as vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de assédio escolar pela turma.
Terminologia

Devido ao fato de ser um fenômeno que só recentemente ganhou mais atenção, o assédio escolar ainda não possui um termo específico consensual[1], sendo o termo em inglês bullying constantemente utilizado pela mídia de língua portuguesa. Existem entretanto alternativas como acossamento, ameaça, assédio, intimidação'[2]', além dos mais informais judiar e implicar"[3], além de diversos outros termos utilizado pelos próprios estudantes em diversas regiões.
Caracterização do assédio escolar

"Acossamento",[4] ou "intimidação" ou entre falantes de língua inglesa bullying é um termo frequentemente usado para descrever uma forma de assédio interpretado por alguém que está, de alguma forma, em condições de exercer o seu poder sobre alguém ou sobre um grupo mais fraco. O cientista sueco - que trabalhou por muito tempo em Bergen (Noruega) - Dan Olweus define assédio escolar em três termos essenciais:[5]

   1. o comportamento é agressivo e negativo;
   2. o comportamento é executado repetidamente;
   3. o comportamento ocorre num relacionamento onde há um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.

O assédio escolar divide-se em duas categorias:[1]

   1. assédio escolar direto;
   2. assédio escolar indireto, também conhecido como agressão social

O bullying direto é a forma mais comum entre os agressores (bullies) masculinos. A agressão social ou bullying indireto é a forma mais comum em bullies do sexo feminino e crianças pequenas, e é caracterizada por forçar a vítima ao isolamento social. Este isolamento é obtido por meio de uma vasta variedade de técnicas, que incluem:

    * espalhar comentários;
    * recusa em se socializar com a vítima;
    * intimidar outras pessoas que desejam se socializar com a vítima;
    * ridicularizar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos (incluindo a etnia da vítima, religião, incapacidades etc).

O assédio escolar pode ocorrer em situações envolvendo a escola ou faculdade/universidade, o local de trabalho, os vizinhos e até mesmo países. Qualquer que seja a situação, a estrutura de poder é tipicamente evidente entre o agressor (bully) e a vítima. Para aqueles fora do relacionamento, parece que o poder do agressor depende somente da percepção da vítima, que parece estar a mais intimidada para oferecer alguma resistência. Todavia, a vítima geralmente tem motivos para temer o agressor, devido às ameaças ou concretizações de violência física/sexual, ou perda dos meios de subsistência.
Características dos bullies

Pesquisas indicam que adolescentes agressores têm personalidades autoritárias, combinadas com uma forte necessidade de controlar ou dominar. Também tem sido sugerido que uma deficiência em habilidades sociais e um ponto de vista preconceituoso sobre subordinados podem ser particulares fatores de risco. Estudos adicionais têm mostrado que enquanto inveja e ressentimento podem ser motivos para a prática do assédio escolar, ao contrário da crença popular, há pouca evidência que sugira que os bullies sofram de qualquer déficit de autoestima. Outros pesquisadores também identificaram a rapidez em se enraivecer e usar a força, em acréscimo a comportamentos agressivos, o ato de encarar as ações de outros como hostis, a preocupação com a autoimagem e o empenho em ações obsessivas ou rígidas. É frequentemente sugerido que os comportamentos agressivos têm sua origem na infância:

    "Se o comportamento agressivo não é desafiado na infância, há o risco de que ele se torne habitual. Realmente, há evidência documental que indica que a prática do assédio escolar durante a infância põe a criança em risco de comportamento criminoso e violência doméstica na idade adulta".

O assédio escolar não envolve necessariamente criminalidade ou violência. Por exemplo, o assédio escolar frequentemente funciona por meio de abuso psicológico ou verbal. Os bullies sempre existiram mas eram (e ainda são) chamados em português de rufias, esfola-caras, brigões, acossadores, cabriões, valentões e verdugos.

Os valentões costumam ser hostis, intolerantes e usar a força para resolver seus problemas.

Tipos de assédio escolar

Os bullies usam principalmente uma combinação de intimidação e humilhação para atormentar os outros. Alguns exemplos das técnicas de assédio escolar:

    * Insultar a vítima;
    * Acusar sistematicamente a vítima de não servir para nada;
    * Ataques físicos repetidos contra uma pessoa, seja contra o corpo dela ou propriedade.
    * Interferir com a propriedade pessoal de uma pessoa, livros ou material escolar, roupas, etc, danificando-os.
    * Espalhar rumores negativos sobre a vítima;
    * Depreciar a vítima sem qualquer motivo;
    * Fazer com que a vítima faça o que ela não quer, ameaçando-a para seguir as ordens;
    * Colocar a vítima em situação problemática com alguém (geralmente, uma autoridade), ou conseguir uma ação disciplinar contra a vítima, por algo que ela não cometeu ou que foi exagerado pelo bully;
    * Fazer comentários depreciativos sobre a família de uma pessoa (particularmente a mãe), sobre o local de moradia de alguém, aparência pessoal, orientação sexual, religião, etnia, nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra inferioridade depreendida da qual o bully tenha tomado ciência;
    * Isolamento social da vítima;
    * Usar as tecnologias de informação para praticar o cyberbullying (criar páginas falsas, comunidades ou perfis sobre a vítima em sites de relacionamento com publicação de fotos etc);
    * Chantagem.
    * Expressões ameaçadoras;
    * Grafitagem depreciativa;
    * Usar de sarcasmo evidente para se passar por amigo (para alguém de fora) enquanto assegura o controle e a posição em relação à vítima (isto ocorre com frequência logo após o bully avaliar que a pessoa é uma "vítima perfeita").
    * Fazer que a vítima passe vergonha na frente de várias pessoas.

Bullying professor-aluno

O assédio escolar pode ser praticado de um professor para um aluno. [13] [14] [15] [16] [17] [18] As técnicas mais comuns são:

    * Intimidar o aluno em voz alta rebaixando-o perante a classe e ofendendo sua auto-estima. Uma forma mais cruel e severa é manipular a classe contra um único aluno o expondo a humilhação;
    * Assumir um critério mais rigoroso na correção de provas com o aluno e não com os demais. Alguns professores podem perseguir alunos com notas baixas;
    * Ameaçar o aluno de reprovação;
    * Negar ao aluno o direito de ir ao banheiro ou beber água, expondo-o a tortura psicológica;
    * Difamar o aluno no conselho de professores, aos coordenadores e acusá-lo de atos que não cometeu;
    * Tortura física, mais comuns em crianças pequenas. Puxões de orelha, tapas e cascudos.

Tais atos violam o Estatuto da Criança e do Adolescente e podem ser denunciados em um Boletim de Ocorrência numa delegacia ou no Ministério Público. A revisão de provas pode ser requerida ao pedagogo ou coordenador e, em caso de recusa, por medida judicial."


Pensando a respeito de nossa realidade escolar:

Freud diz que o homem tem uma inclinação para a agressão e destruição, para a violência. Para ele o EGO nos ensina a controlar os impulsos internos:
“Você já imaginou o que aconteceria com o ser humano se apenas buscasse a satisfação imediata sem considerar as conseqüências de evitar o sofrimento? Ele não agüentaria. Por isso, podemos dizer que o ego tem a função de autopreservação.
O autor salienta que o ego tem várias funções. Em relação ao mundo interno, aprende a controlar a demanda dos impulsos, decide se devem ser satisfeitos de imediato, futuramente ou jamais. Em relação ao mundo externo, avalia a qualidade e a intensidade dos estímulos baseando-se em lembranças vividas anteriormente, protegendo-se daqueles que são perigosos, aproveita aqueles que o favorece e transforma o meio, resultando em benefício à própria pessoa.
Nesse sentido, segundo D’Andrea (1996, p. 13), podemos dizer que o ego tem como função “perceber, lembrar, pensar, planejar e decidir”.
(fonte: Aula 17 da matéria de psicologia da educação do curso de Pedagogia da Uninove.)
O superego é a instância psíquica que define se algo é certo ou errado de acordo com os padrões vigentes na sociedade, é a moral, os valores e os ideais da sociedade internalizados. É o responsável por bloquear os impulsos do ID, principalmente relacionados à ordem sexual e/ou agressiva.
Analisando a realidade social e escolar, a violência desacerbada e o aumento dos casos de bullying é possível afirmar que o homem não está desenvolvendo todas as suas instâncias psíquicas descritas por Freud, muitos permanecem na primeira instância, o ID, tudo o que o ID realiza provém de impulsos e obedece apenas a ordem do prazer, a “atividade humana basicamente animal”, a atividade humana que não se utiliza da razão, assim, não busca se adaptar ás exigências que a sociedade impõe, a moral, valores e ideais, ás convenções sociais.
 Quando um aluno não desenvolve completamente as outras instâncias psíquicas, ou seja, quando permanece na ID, ele age de acordo com seu prazer, não pensa em suas atitudes e não analisa as conseqüências de seus atos. Os Bullies (praticantes do bullying) agem desta maneira, insultam, atacam e depreciam suas vítimas, sem pensar nas possíveis conseqüências que suas atitudes possam vir a causar.
As vítimas do bullying levam estes traumas para o inconsciente, censuram e reprimem tais acontecimentos. O trauma torna-se doença, orientando seu comportamento, prejudicando seu desenvolvimento, sofrendo de baixa auto-estima e depressão, se excluem socialmente, tornam-se ansiosos, violentos e muitas vezes, na fuga dos traumas, suicidam-se. É impossível prever seus comportamentos, já que partem do inconsciente.
Para o bullying acontecer é preciso que exista um ambiente que favoreça tais atitudes, a escola deve tomar muito cuidado para não se tornar este ambiente, deve trabalhar o respeito e valorização ás diferenças, nunca ignorar brincadeiras e atitudes violentas, debater com seus alunos suas origens e possíveis soluções, resgatar valores, moral e ideais, resgatar o respeito e conscientizar os alunos acerca da conseqüência de seus atos.

                                                                                                            Jéssica Cajuela



Proposta de atividade da matéria: Psicologia da educação


 Qual ou quais as diferenças entre a Epistemologia Genética e as epistemologias tradicionais? E de que modo o sujeito participa da formação do conhecimento do mundo exterior(conhecimento físico e social)? Explique.


A epistemologia é a teoria do conhecimento, cujo objetivo se encontra na investigação da “natureza, fontes e validade do conhecimento. Entre as questões principais que ela tenta responder estão as seguintes. O que é o conhecimento? Como nós o alcançamos?”[1]
As epistemologias tradicionais, das quais é possível citar a epistemologia racional que despreza as experiências sensíveis e defende que a razão que constrói o conhecimento e a epistemologia empirista que acredita “que é a experiência, principalmente o uso dos sentidos, ajudados, quando necessário, por instrumentos, que é responsável por tal papel.”[2] São consideradas ramos da filosofia pois utilizam-se de métodos especulativos e não científicos.
A epistemologia genética de Piaget se afasta das metodologias especulativas e defende que toda a observação deve ser feita cientificamente. O principal problema da epistemologia genética é como o conhecimento é construído e não o que vem a ser o conhecimento, como as demais epistemologias definiriam seu problema.
Piaget defende que a ciência não é uma verdade absoluta e não está terminada, mas sim que permanece em constante desenvolvimento, desta maneira vê a epistemologia genética como uma ciência aberta e não finalizada.[3]
“Para Piaget, o conhecimento seria derivado da ação do indivíduo sobre o objeto, pois é por meio de esquemas de ação que ele passa a conhecer o meio. O conhecimento é resultado da assimilação que é o processo pelo qual o sujeito incorpora o objeto à sua estrutura cognitiva e acomodação em que a estrutura cognitiva se ajusta às características do objeto.”[4] O aluno tem papel ativo na construção do conhecimento pois este está ligado ás ações e é concebido por meio da interações da criança com o meio. Com a análise científica do desenvolvimento das crianças Piaget dividiu este processo em 4 estágios de desenvolvimento de estruturas cognitivas, o sensório-motor, o pré-operatório o operatório-concreto e o operatório-formal.
            Para Piaget “a aprendizagem é produto do pensamento do indivíduo e depende do desenvolvimento de suas estruturas cognitivas; é resultado do esforço inteligente de conhecer o mundo.”[5]A epistemologia genética desenvolveu um olhar diferenciado das demais epistemologias em relação a construção do conhecimento pois considera o homem como sujeito ativo e dinâmico de seu conhecer.




[1] Retirado de http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/grayling.htm acesso em 07/04/2011
[2] retirado de http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/grayling.htm acesso em 07/04/2011
[4] retirado da aula 5 da matéria Psicologia da Educação II do curso de pedagogia EAD da UNINOVE.
[5] retirado da aula 5 da matéria Psicologia da Educação II do curso de pedagogia EAD da UNINOVE.

Páginas relacionadas ao assunto Epistemologia
http://hermes.ucs.br/ccha/deps/cbvalent/teorias/textos/episte.htm
http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/grayling.htm 
 http://mundoacademico.unifap.br/professor/23/view=verarquivo&cod=178
http://www.thefreelibrary.com/A+critica+sociologica+as+abordagens+epistemologicas+tradicionais+e+o...-a0197494401 
http://www.ufpi.br/subsiteFiles/parnaiba/arquivos/files/rd-ed2ano1_artigo03_Gilcelene_Ribeiro.PDF 


FUNDAMENTOS DA ALFABETIZAÇÃO

Proposta de atividade da matéria:Fundamentos da alfabetização:


Compare as idéias de Decroly e Freinet dissertando como elas se enquadram na pedagogia atual.

Decroly propõe uma “escola para a vida pela vida.” Busca na vida real os conteúdos a serem trabalhados com as crianças e tem como método a interdisciplinaridade, onde as matérias são vistas e estudadas em sua totalidade, conjuntamente, e busca atingir o maior número de educandos, visando um desenvolvimento integral dos mesmos. Para ele a percepção visual tem grande importância no processo de leitura, defende o método global ou visualideográfico, que deve  partir do todo, da palavra formada, pois este é o concreto para a criança, para depois passar à decomposição de sílabas e letras, defende também que o professor deve utilizar o vocabulário da criança pois “a leitura e a escrita são o resultado de um processo de representação da linguagem”[1], e que o professor deve estimular o contato com o meio e as coisas e com atos de leitura significativos, pois isto irá melhora a expressão e sua vontade em aprender das crianças. Decroly dividiu o processo de alfabetização em cinco etapas: pictórica,são desenhos que não são associados ao som mas sim á imagem que a criança deseja representar, na segunda etapa a criança quer fazer traços próximos ao modelo de escrita do adulto, na terceira os símbolos adquirem significado e existe a preocupação com as propriedades sonoras,conhece as letras, os sons e chega ao registro da palavra, na quarta a criança começa a ler o que escreve, e na quinta existe a preocupação em aperfeiçoar a ortografia.
Freinet defende uma pedagogia da construção e do movimento, em que a criança pode tirar seus ensinamentos do meio natural, e que uma escola viva é feita por meio de trocas de conhecimentos e cooperação mútua entre as crianças. O professor deve tomar cuidado com a metodologia que aplica em sala pois esta pode gerar desprazer e desatenção nas crianças, para que isso não ocorra ele deve “seguir o empenho dos alunos e transformá-los pela livre expressão, pela vivência coletiva permeada pelo meio ambiente, pela ação”[2] promovendo uma escola viva, feliz, que valoriza as relações sociais. Preocupa-se com o processo de construção do conhecimento e não com a quantidade de conhecimentos, promovendo o aprendizado por meio da exploração, do trabalho e da ação, com atividades vivas, inclusive fora do ambiente escolar, e conteúdos relacionados á vida da criança. A alfabetização deve favorecer o desenvolvimento da comunicação e da expressão.Dividiu este processo em 5 fases:o grafismo simples, o grafismo diferenciado (desenho/escrita), a imitação,a utilização de sinais convencionais e a fase da escrita alfabética, em que a criança aprende a se comunicar por escrito e a gramática vai sendo apurada pelo método natural. É importante ressaltar que ele defende o fato de cada criança ter o seu próprio ritmo/tempo para aprender e que o educador deve saber esperar e respeitar este ritmo, buscando sempre estimular este processo.
Muitos pensamentos de Decroly e Frenet são aplicados na pedagogia atual, entre estes é possível citar a preocupação em construir uma escola mais humana, preocupada com as relações sociais e afetivas, desenvolver uma metodologia de alfabetização que trabalhe com conteúdos que façam parte da vida das crianças, assim como a utilização do método global, em que a criança tem o contato com as palavras que fazem parte de seu cotidiano em sua totalidade, para mais tarde serem trabalhadas a decomposição das sílabas e letras. A pedagogia atual também defende a interdisciplinaridade, os trabalhos cooperativos, as aulas passeio, a formação da criança em sua totalidade e o respeito pela singularidade, pelas diferenças e ritmo de aprendizagem de cada criança.


  Jéssica Cajuela



[1] Retirado da aula 4 da matéria fundamentos da alfabetização do curso de licenciatura para docentes da Uninove em março de 2011
[2] Retirado da aula 5 da matéria fundamentos da alfabetização do curso de licenciatura para docentes da Uninove em março de 2011



Proposta de atividade da matéria:Fundamentos da alfabetização:



Qual deve ser o papel do professor no processo de alfabetização?

            Primeiramente o professor precisa ter claro o que é o papel de alfabetizar e que não existe um único método a ser seguido.
            O educador deve valorizar as diferenças em sala de aula, reconhecer a singularidade que cada educando possuí, assim como os conhecimentos que essa criança carrega, e deve, a partir destes conhecimentos, promover estímulos necessários para desenvolver a curiosidade, a vontade e o prazer em aprender.
            Estes estímulos em relação á alfabetização devem partir de palavras que façam parte da realidade, do cotidiano destes educandos, como livros, revistas, nomes de filmes e desenhos, nomes de jogos, músicas, bandas, alimentos, enfim, devem partir de palavras que cotidianamente cercam estas crianças.
            O professor não deve ter receio de ir além dos conhecimentos que esta criança domina, não deve ver o “erro”  como algo ruim, mas sim como uma etapa de um processo, ele deve estimular os educandos a “lerem” o mundo ao seu redor, a recolherem e registrarem  todas as formas de escrita que encontrarem em seu dia-a-dia.
            Deve estimular esta criança a brincar com letras e palavras, a recortar, colar, montar, trocar, deve tornar este processo algo prazeroso, jamais algo traumático.
            É fundamental que este professor tenha prazer em ler e o demonstre aos alunos, que realize as mais diferentes leituras em sala, que mostre a importância que a leitura tem na vida, que sempre estimule a aquisição de novos conhecimentos, que mostre diferentes maneiras de ler e escrever, que conte histórias, que mostre que existem diferentes objetivos, estilos e formas de se escrever.
            O professor não deve pensar que é o único que pode ensinar algo, deve sim ter a consciência de que pode aprender mais e mais a cada dia e que uma construção colaborativa de conhecimento é muito mais significativa, ele não deve ter medo de um aluno ajudar o outro, deve estimular esta prática e desafiá-los sempre que possível.
            Não existe a cartilha perfeita, o passo a passo ideal, o professor deve ser um eterno observador e questionador, e nunca deve se esquecer que uma turma não é igual á outra, assim como um aluno nunca é igual á outro...

                                                                                                                         Jéssica Cajuela

 
Proposta de atividade da matéria:Fundamentos da alfabetização:
 
Disserte sobre a diferença entre educação e instrução.

Quando falamos em educação temos a tendência de reduzirmos este pensamento á um determinado período de vida de uma pessoa, ou seja, um período restrito aos seus anos de estudo. Precisamos, primeiramente, compreendermos o conceito de educação, e percebermos que educação vai além de questões relacionadas á ensino/estudo.
Os estudos fazem parte do processo de educação, porém, não devemos reduzi-la apenas á este período, a educação, em sua totalidade, caminha com o homem durante toda sua existência.
“Educação é passar de uma mentalidade ou de um senso comum a uma consciência. Significa sair de uma concepção fragmentária, incoerente, desarticulada, implícita, degradada, mecânica, passiva e simplista, para assumir uma concepção unitária, coerente, articulada, explícita, original, intencional, ativa e cultivada. De tudo o que foi dito, conclui-se que a passagem do senso comum à uma consciência é condição necessária para situar a educação dentro de seu significado primordial. Preocupar-se com a elevação do nível de consciência de todo um povo, de toda uma nação, é reconhecer na educação o sentido e o valor de nossa existência.”[1]
A educação é uma atividade social, econômica, política e cultural, e deve ter como objetivo que “O homem independente, mas não isolado, que conhecendo suas capacidades físicas, intelectuais e emocionais, e senhor de uma visão crítica da realidade, seja capaz de atuar de forma eficaz e eficiente nessa realidade.”[2] por meio deste conceito a educação visa com que o homem compreenda sua existência, desenvolva suas potencialidades e atue de maneira crítica e consciente em sua sociedade.
Em sua totalidade a educação é um processo que acompanha o homem em sua existência e deve se desenvolver no ambiente familiar, escolar, no trabalho, na cidade, nas manifestações culturais e vivências sociais. Em diferentes contextos ela “favorece a construção de novos conhecimentos e percepções de mundo do indivíduo”[3]
                Devemos ter claro que o ensino não é um processo tão abrangente quanto o educar pois o ensino “nos envia a um caráter triádico (o que se ensina, a quem se ensina e o que se ensina) e através disso alcançar um objetivo seja ele de camada cognitiva, afetiva ou motora.”[4] 
            O conceito de instrução é “o conhecimento pleno das coisas, das artes e das línguas, isso se refere à preparação do indivíduo para sua participação numa ou noutra esfera da atividade social.”[5] Instrução consiste em ensinar, em transmitir conhecimentos a alguém. Na instrução são transmitidos saberes práticos (o saber-fazer). A instrução busca formar indivíduos capazes de enfrentar e resolver seus problemas, buscar soluções para resolver situações.
            Com as transformações sociais vindas com o capitalismo a escola passou a ser um ambiente que não apenas ensina ou instruí, mas principalmente um espaço que educa, assim, a instrução, o ensino e a educação devem caminhar juntos, o papel da escola deve ser o de formar cidadãos em sua totalidade, de educar, não apenas de instruir... nossa atual sociedade deve ter como principal objetivo formar educandos mais humanos, conscientes, críticos, cidadãos com valores e ética. Em uma sociedade tão imediatista e individualista, será que a escola consegue alcançar seu papel de educadora ou vai continuar apenas ensinando ou instruindo e fechando os olhos para a realidade?
           
           
                                                                                                                                    Jéssica Cajuela
           





[2] MARTINS. José do Prado. Didática Geral. 2ª Edição. Editora Atlas AS. São Paulo. 1990, p. 22.
[4] Op cit. Loc. Cit.
[5] ICCP. Pedagogia. La Habana: Pueblo y Educación, 1988. p. 32

 
Proposta de atividade da matéria:Fundamentos da alfabetização:
  
Comente sobre a teoria de Rousseau na pedagogia cotidiana.

De acordo com Rousseau:
"A instrução das crianças é um ofício em que é necessário saber perder tempo, a fim de ganhá-lo"


"Que a criança corra, se divirta, caia cem vezes por dia, tanto melhor, aprenderá mais cedo a se levantar "


"Vosso filho nada deve obter porque pede, mas porque precisa, nem fazer nada por obediência, mas por necessidade"


Seus pensamentos pedagógicos são ligados á Revulução Francesa (Liberdade, igualdade e fraternidade) O princípio fundamental de sua obra é o de que o homem é bom por natureza, porém é corrompido pela sociedade, dentre estes fatores um dos principais é a desigualdade, no âmbito das características individuais do ser humano quanto as relacionadas a questões sociais.
De acordo com Maria Constança. ?Rousseau sistematizou toda uma nova concepção de educação, depois chamada de ?escola nova? e que reúne vários pedagogos dos séculos 19 e 20? dentre estes é possível citar Maria Montessori (1870-1952) e John Dewey (1859-1952). (retirado de http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/rousseau-307428.shtml)


Rousseau defendia a liberdade como base da educação, que o desenvolvimento e conhecimento não se deve á vontade dos adultos mas sim á necessidade da própria criança, que deve viver cada fase da infância na plenitude de seus sentidos.


Os principais pensamentos de Rousseau que devem ser aplicados na pedagogia cotidiana é a liberdade no processo de educação, é o aprendizado vindo a partir do cotidiano e a luta contra a desigualdade.

Proposta de atividade da matéria:Fundamentos da alfabetização:

Por que as metodologias de alfabetização se modificam com o passar do tempo?

O homem está inserido em um ambiente social, econômico, político e cultural. Não podemos esquecer que a escrita e a leitura são comunicação e expressão, quando um pensamento e uma maneira de viver em sociedade se modifica, este homem também se modifica, assim como suas maneiras de se expressar e comunicar. As práticas pedagógicas são culturais e evoluem juntamente com a sociedade, buscam suprir as novas realidades e nescessidades sociais.
Precisamos tomar cuidado com o que Gilda Rizzo, apud Zacharias (2005: 91) diz ?os métodos e processos de alfabetização evoluíram apenas superficialmente no que concerne ao ensino da leitura propriamente dita, pois estes continuaram, por todos esses anos, centrados exclusivamente na preocupação do ensino e memorização do código alfabético-fonético da língua?. (retirado da aula 7)
Devemos primeiramente desenvolver uma nova concepção relacionada á alfabetização, perceber que em nossa sociedade contemporânea as crianças estão sujeitas aos mais diferentes estímulos visuais e sonoros a todo momento, que a informática e a tecnologia faz parte da vida das crianças, e que não existe um único método de alfabetizar, devemos perceber que cada região/escola/criança/sociedade tem anseios e realidades diferentes, e que o professor deve sempre considerar tal singularidade antes de alfabetizar um educando. Creio que o professor deve sempre ser um pesquisador crítico, um mediador que se sujeite a testar, experimentr, criar, inovar, e não apenas buscar respostas prontas!



Proposta de atividade da matéria:Fundamentos da alfabetização:

Existe diferença entre alfabetização e letramento? Justifique sua resposta.

O significado da palavra letramento no wikipédia é o seguinte:


"Letramento não é necessariamente o resultado de ensinar a ler e a escrever. É o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita (SOARES, 2003). Surge, então, um novo sentido para o adjetivo letrado, que significava apenas ?que, ou o que é versado em letras ou literatura; literato? (MICHAELIS), e que agora passa a caracterizar o indivíduo que, sabendo ler ou não, convive com as práticas de leitura e escrita. Por exemplo, quando um pai lê uma história para seu filho dormir, a criança está em um processo de letramento, está convivendo com as práticas de leitura e escrita. Não se deve, portanto, restringir a caracterização de um indivíduo letrado ao que domina apenas a técnica de escrever(ser alfabetizado), mas sim aquele que utiliza a escrita e sabe responder às exigências de leitura e escrita que a sociedade faz continuamente"




Desta maneira é possível afirmar que, nem todas as pessoas letradas, ou seja, as que convivem com práticas de leitura e escrita, são alfabetizadas, ou seja, dominam os códigos da leitura e escrita (desta maneira entro em conflito com diversas mensagens postadas neste fórum que dizem que o letrado "domina as técnicas e habilidades da escrita com aptidão")


De acordo com o wikipédia:


"A alfabetização consiste no aprendizado do alfabeto e de sua utilização como código de comunicação. De um modo mais abrangente, a alfabetização é definida como um processo no qual o indivíduo constrói a gramática e em suas variações. Esse processo não se resume apenas na aquisição dessas habilidades mecânicas (codificação e decodificação) do acto de ler, mas na capacidade de interpretar, compreender, criticar, resignificar e produzir conhecimento.Todas essas capacidades citadas anteriormente só serão concretizadas se os alunos tiverem acesso a todos os tipos de portadores de textos. O aluno precisa encontrar os usos sociais da leitura e da escrita. A alfabetização envolve também o desenvolvimento de novas formas de compreensão e uso da linguagem de uma maneira geral. A alfabetização de um indivíduo promove sua socialização, já que possibilita o estabelecimento de novos tipos de trocas simbólicas com outros indivíduos, acesso a bens culturais e a facilidades oferecidas pelas instituições sociais. A alfabetização é um fator propulsor do exercício consciente da cidadania e do desenvolvimento da sociedade como um todo."


Com esta definição mas uma vez vou entrar em conflito com algumas mensagens deste fórum, pois é possível alfabetizar (ou pelo menos dizer que a criança foi alfabetizada, como vem acontecendo nas escolas atualmente) sem esta criança ser totalmente letrada, ou seja, sem ela ter se "apropriado da escrita" sem ser uma criança que "utiliza a escrita e sabe responder às exigências de leitura e escrita que a sociedade faz continuamente (como diz a definição de letramento no wikipedia)


Como assim? vou explicar...


Sou professora de artes na rede estadual de ensino e leciono da quinta série ao ensino médio, o que encontro, na maioria das vezes, são crianças e adolescentes que são apenas copistas, ou seja, não são totalmente letrados pois não se apropriaram da escrita, e, além de situações muito simples do cotidiano, eles não sabem responder com esta linguagem à exigências que a sociedade faz, e também não são alfabetizados pois, "dominam" as habilidades mecânicas de codificação e decodificação de códigos da escrita, mas não possuem "capacidade de interpretar, compreender, criticar, resignificar e produzir conhecimento.", ou seja, fazem parte desta nova classificação, os copistas, que são o reflexo de um sistema educacional cada vez mais falho, onde o aluno assume seu papel passivo diante da construção do conhecimento...criam a ilusão de que para aprender uma matéria, é preciso copiar "texto da lousa"...quando eu faço um jogo de expressão corporal, vivência musical, teatral, etc, e peço para que escrevam algumas linhas em seu caderno sobre a experiência, eles não conseguem!!! ou seja, a alfabetização não foi feita em sua totalidade pois creio que seu maior objetivo é o de dominar novos códigos para poder se comunicar por meio de uma nova linguagem...


Proposta de atividade da matéria:Fundamentos da alfabetização:

É possível dissociar o ensino da leitura e da escrita enquanto aprendizagem de duas técnicas diferentes, embora complementares?

"Nenhuma prática pedagógica é neutra"
É possível sim dissociar o ensino da leitura e da escrita, pelo menos no início da alfabetização, mas creio que esta não seja a melhor metodologia de alfabetização...


Nos estudos desta matéria vimos que muitas práticas de alfabetização simplesmente ignoravam a leitura de mundo e de estímulos visuais que a criança carregava e iniciava a alfabetização com A-E-I-O-U, ba-be-bi-bo-bu, etc...ou seja, ensinavam a criança a escrever para depois ensiná-la a ler.


As práticas pedagógicas atuais não trabalham mais desta maneira, ou seja, buscam ensinar a leitura e a escrita conjuntamente, como a Fernanda dise no fórum: "trata-se de processos independentes mas interdependentes". Partindo desta visão de alfabetização o professor não precisa primeiro ensinar a escrever para depois partir para a leitura, mas sim deve estimular o aluno visualmente, fazer com que este aluno traga para a sala de aula todas as leituras que ele já realiza fora dela, todas as leituras de mundo que ele possúi, e, partindo da reaidade deste educando, começar a trabalhar a escrita conjuntamente com a leitura.
Com esta visão da alfabetização o professor percebe que muitas vezes o aluno não sabe o alfabeto porém, por meio de imagens e outros estímulos visuais como a caligrafia utilizada, as cores e formas, este aluno já realiza a leitura de uma série de palavras...em nossa sociedade contemporânea, um professor simplesmente ignorar todos os estímulos visuais que a criança está sujeita desde seu nascimento e ignorar todos os conhecimentos que esta criança possúi é simplesmente inaceitável...